DEM declara-se independente do PSDB, abre negociações com PMDB e veta alianças nas eleições com PSD em todo o país
Presidente nacional do Partido Democratas, o senador José Agripino Maia (RN) informa, em entrevista aoPoder Online, que abriu conversas com vice-presidente da República, Michel Temer, para discutir alianças com o PMDB nas próximas eleições municipais.
Em São Paulo, por exemplo, o DEM pode fechar com o candidato peemedebista, Gabriel Chalita. Quanto ao PSDB, José Agripino Maia avisa: amigos, amigos, eleições à parte. Não há qualquer obrigação de o seu partido apoiar os candidatos tucanos em 2012.
Poder Online – O senhor recebeu um telefonema do ex-governador José Serra pedindo um encontro. Marcaram a data? qual o assunto?
José Agripino Maia – Recebi, sim. Mas não marcamos data. Tâo logo eu vá a São Paulo, ou ele passe por Brasília, nos veremos. Somos muito amigos.
Poder Online – Esse telefonema foi no dia da reunião do Conselho Político do PSDB, mais um round da disputa entre Serra e o senador Aécio Neves (MG) pela candidatura tucana a Presidência da República. O DEM, afinal, está de qual lado? Serra ou Aécio?
José Agripino Maia – Desconheço essa disputa, não tenho notícias dela e nem é assunto para o Partido Democratas. Aliás, nem estamos de lado algum. Na verdade, o DEM tem uma proximidade com o PSDB, pois estivemos juntos nas últimas eleições, mas não temos qualquer compromisso firmado para o futuro. Somos um partido independente. Tenho, inclusive, conversado muito com o Michel Temer (presidente licenciado do PMDB).
Poder Online – Com o Michel Temer? Qual o assunto?
José Agripino Maia – Vários. Inclusive alianças do DEM com o PMDB nas próximas eleições municipais.
Poder Online – O senhor pode adiantar em quais capitais?
José Agripino Maia – Ainda nãos estamos fechados. Há muita coisa para se discutir. Mas estamos conversando, por exemplo, sobre São Paulo, Salvador, Recife, Campo Grande, enfim, diversos lugares.
Poder Online – Quer dizer que o DEM pode apoiar em São Paulo o Gabriel Chalita, do PMDB, independentemente da candidatura tucana?
José Agripino Maia – Não quero falar de nomes por enquanto. Já disse também que não temos compromissos amarrados com o PSDB. Assim como podemos apoiar o PMDB em São Paulo, também pode ocorrer o contrário em outros lugares, eles apoiarem a gente. Vamos conversar com o ex-deputado Geddel Vieira Lima (BA) sobre as possibilidades de o seu PMDB apoiar a candidatura do deputado ACM Neto (DEM) em Salvador. Eu mesmo irei falar com o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) sobre nosso candidato em Recife, o Mendonça Filho. Enfim, ainda estamos em fase de negociações, muitas conversas.
Poder Online – E quanto ao PSD? Há chances de alianças?
José Agripino Maia – Não. Isso é uma decisão formal do Partido Democratas: não serão permitidas alianças com o PSD nas próximas eleições em nenhum lugar do país. Eles nos agrediram muito, levaram 17 deputados federais, e ficamos apenas com 27. Precisamos agora, nessas eleições, demonstrar que as lideranças que deixaram o DEM não eram tão impostantes assim, não levaram os nossos eleitores, aqueles engajados com a história e as ideias do partido. Precisamos marcar posição. Mostrar que as lideranças que permaneceram no DEM têm mais votos.
E, sobretudo, que somos reconhecidos pelo eleitorado como um partido de verdade, com uma história: nascemos da dissidência com a ditadura militar, quando foi formado o PFL para apoiar a eleição de Tancredo Neves a presidente da República. Temos história assim como o PMDB, que nasceu do rompimento com o arbítrio; ou como o PSDB, com sua história social-democrata. O PPS, o PCdoB, o PT, todos esses aí têm história e ideologia. São importantes para a própria democracia. Já o o PSD não tem nada. Nâo é um partido de verdade. Não tem importância alguma.
Poder Online – O prefeito Gilberto Kassab já declarou que o PSD é um partido de centro. Vocês ficaram, então, como o partido da direita?
José Agripino Maia – Não se trata de ser da direita ou da esquerda. O Democratas é um partido verdadeiramente liberal, contra o gigantismo do Estado, contra o aumento de impostos. Essa é a questão.
Poder Online – E qual a expectativa de vocês para as eleições municipais?
José Agripino Maia – Posso dizer uma coisa: sairemos maiores dessas eleições do que entramos.
Poder Online – Quantos prefeitos vocês esperam fazer?
José Agripino Maia – Seria mera futurologia falar em números.
Poder Online – Mas quantos prefeitos de capitais o DEM tem atualmente?
José Agripino Maia – Nenhum.
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