Ansiedade e chave de roda
Henrique Eduardo Alves me falava dia desses sobre a ansiedade de Robinson Faria:
- Robinson é meu amigo, mas seu problema é a ansiedade. Ele quer resolver hoje tudo relacionado às próximas eleições (estaduais). Tenho dito a ele que é preciso ter calma e aguardar os acontecimentos (pleito municipal e a eleição do próprio Henrique à presidência da Câmara dos Deputados).
O líder do PMDB traçou o perfil de Robinson Faria sem qualquer intenção de magoá-lo ou ferir-lhe o brio. Apenas comentou de maneira informal. Mas revelou-me os planos majoritários do vice-governador.
- Robinson me disse que só abre a candidatura para o Senado se for para mim. Isso me honra bastante, mas é cedo para definições de nomes. Não dá para fechar uma chapa majoritária a três anos da eleição.
Pois é. O vice-governador mira no Senado da República em 2014 para pavimentar sua candidatura ao governo em 2018, possivelmente sucedendo a governadora Rosalba Ciarlini.
Esse é o plano de Robinson. Mas como bem lembrou o experiente Henrique Eduardo Alves, muita água ainda vai passar debaixo da ponte.
A desdita de Robinson Faria nas filiações frustradas ao PSD é um claro sinal que a chapa está quente para o lado dele.
O recuo de Ricardo Motta, presidente da Assembleia Legislativa, acompanhado de mais três parlamentares da base governista, na filiação à nova legenda reduz drasticamente o poder de influência de Robinson Faria dentro e fora do governo.
Afora Gesane Marinho e José Dias, confirmados no PSD, Robinson Faria não terá domínio sobre a bancada governista na Assembleia Legislativa.
O exército de Rosalba Ciarlini na Assembleia passa a ser comandado pelo deputado Ricardo Motta, presidente da casa e reeleito para mais um mandato. Esta prerrogativa já foi do vice-governador em legislaturas anteriores.
Ricardo Motta, Raimundo Fernandes, Gustavo Carvalho e Vivaldo Costa decidiram se alinhar com o casal Rosalba Ciarlini/Carlos Augusto Rosado, mandatários do governo neste instante, por puro pragmatismo. Não só por conta disso. Eles foram obrigados a entender que os interesses políticos de Robinson Faria diferem dos planos da governadora. E de outros líderes partidários como Henrique Eduardo Alves, cada vez mais próximo de sentar na cadeira de presidente da Câmara dos Deputados.
Essa história de 6 deputados estaduais, um federal, mais de 50 prefeitos no PSD parece não se confirmar. É preciso rever os números e a expectativa do vice-governador Robinson Faria.
A exemplo dos deputados, muitos prefeitos e lideranças políticas que estavam acertadas para ingressar na nova legenda de Robinson deverão mudar de opinião ou ser forçados a fazê-lo.
Nenhum político suporta levar uma chave de roda de governo em primeiro ano de mandato. Ou dá ou desce!
Até Robinson Faria será obrigado a rever planos para 2014 e 2018. E segurar a ansiedade.
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