sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Datafolha: campanha suja do PT ajuda Dilma a abrir vantagem no 1º turno; no 2º, petista e Marina seguem em empate técnico

pesquisa Datafolha
Segundo Pesquisa Datafolha divulgada há pouco pela TV Folha, a situação de Dilma Rousseff na disputa melhorou consideravelmente. Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, a candidata do PT teria 40% das intenções de voto. Marina Silva, do PSB, aparece com 27%. O tucano Aécio Neves tem 18%. Há uma semana, esses números eram, respectivamente, 37%%, 30% e 17%; há 15 dias, 36%, 33% e 15%. Assim, no intervalo de duas semanas, Dilma ganhou quatro pontos, Marina perdeu seis, e Aécio ganhou três. Descontados os brancos e nulos, a petista tem 45% dos votos válidos; a peessebista, 31%, e o tucano, 21%. Segundo o Datafolha, a principal alteração no quadro se deu no Nordeste: em uma semana, a presidente ganhou seis pontos na região, e a candidata do PSB perdeu 9%. Parece que o terrorismo petista está surtindo efeito por lá.
No segundo turno, embora tenha havido uma troca de posições na liderança, a disputa segue empatada: Dilma aparece com 47% das intenções de voto (há uma semana, tinha 44%); Marina tem 43% — 46% na pesquisa passada. Quando computados os votos válidos, a petista tem 52%, e a peessebista, 48%. Trata-se de um empate técnico, já que dentro da margem de erro.
O que eu acho
É evidente que, quando se olha a trajetória dos votos, Dilma está em ascensão, e Marina, em declínio. A pergunta óbvia é esta: faz sentido que assim seja? Faz. O PT mobilizou a sua máquina para demonizar a candidata do PSB com uma violência como raramente se viu.
Na televisão, o embate é absolutamente desigual: mais de 11 minutos contra 2 minutos. O PSB, neste momento, tem pouco a fazer. O seu principal canal para falar com o público é o horário eleitoral. O negócio será torcer para estancar o crescimento de Dilma, evitando que ela ganhe ainda no primeiro turno — isso poderia acontecer se atingisse 45% ou 46% dos votos. Havendo o segundo, aí, como se percebe, a situação segue indefinida.
Numa eventual segunda etapa, Marina terá um ativo de que não dispõe hoje: tempo na TV para se defender e para atacar também. Insisto numa conta que considero relevante: na semana anterior ao início do horário eleitoral, Dilma tinha 36% dos votos — agora, tem 40%. Está dentro da margem de erro. Marina tinha 21% e, na pesquisa de hoje, 27%; Aécio marcava 20% e, desta vez, surge com 18%. O latifúndio petista na TV não deu o resultado esperado. Isso faz supor que, com tempos iguais na TV, Marina, potencialmente, tem mais a ganhar do que Dilma. A situação de Dilma melhorou, e a de Marina piorou, isso é evidente. Mas o fato não é surpreendente.  Se querem saber, reitero, o que chega a surpreender é a resistência de Marina.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

PESQUISA DATAFOLHA; DILMA SUPERA MARINA NO PRIMEIRO TURNO

Nova pesquisa Datafolha para presidente da República, divulgada nesta sexta-feira (18) pela Folha de S.Paulo, dá um novo ânimo para a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT). De acordo com o levantamento, Dilma aparece com 37% das intenções de voto no primeiro turno. Em seguida, vem a ex-senadora Marina Silva (PSB), com 30%. O senador Aécio Neves (PSDB) continua em terceiro, com 17%.
Na pesquisa anterior, divulgada em 10 de setembro, Dilma tinha 36% das intenções de voto, Marina estava com 33% e Aécio, com 15%.
Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) tiveram 1% cada. Os demais candidatos não atingiram 1%. Brancos e nulos mantiveram em 6%. Não souberam responder 7%.
Mesmo com ataques diários de Dilma, que vem usando seu programa eleitoral para disseminar boatos, Marina resiste. Numa simulação de segundo turno, permanece o cenário de empate técnico, com ligeira vantagem para a ex-senadora. Se as eleições fossem hoje, ela venceria Dilma por 46% a 44%. Na semana passada, o número era de 47% a 43% para Marina.
Quando o candidato no segundo turno é Aécio, Dilma venceria por 49% a 39% - no levantamento anterior, o índice era de 49% contra 38%.
A rejeição à Dilma continua em 33%. Nesse intervalo, a parcela dos que não votariam de jeito nenhum em Marina passou de 18% para 22%, enquanto a de Aécio Neves foi 23% para 21%. É a primeira vez que tal índice de Marina supera o de Aécio.
O Datafolha pesquisou ainda sobre a avaliação do governo Dilma. Em relação à sondagem da semana passada, houve oscilação apenas no índice de aprovação: passou de 36% para 37% os entrevistados que consideram o governo Dilma bom ou ótimo, 38% apontaram como regular, mesmo número da rodada passada, e 24% disseram que é ruim ou péssimo, contra iguais 24% da última pesquisa.
Cenário ruim para Marina - De acordo com a pesquisa, Dilma passou a liderar nas cinco regiões do país. No Nordeste, no Norte e no Sul, de forma isolada. No Centro-Oeste, ela está numericamente à frente de Marina. E está em situação de empate técnico no Sudeste.
Marina perdeu votos em vários segmentos. Ela recuou 4 pontos no Sudeste, 4 entre as mulheres, 4 entre os católicos, 5 junto aos moradores de cidades médias (200 mil a 500 mil habitantes) e 6 entre os eleitores de 25 a 34 anos.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O Datafolha ouviu 5.349 eleitores entre os dias 17 e 18 de setembro.
 

Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves - Foto: Divulgação

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

POLÍTICA

!0% do PIB para educação - não basta apenas aumentar os recursos

Paulo Alcântara Gomes
Nossos investimentos per capita em educação nos colocam num desconfortável penúltimo lugar, atrás do México e da Turquia e representam menos de um terço da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Este dado, extraído do “Education at a Glance 2014”, pode ser complementado com os US$ 2.605 que aplicamos por aluno do ensino médio, bem inferiores aos da Argentina, apenas para nos referirmos à América Latina. Tais índices ajudam a explicar os problemas que enfrentamos quando tratamos da qualidade do ensino e da motivação dos docentes.
Dados divulgados pelo Censo da Educação Superior mostraram, pelo quarto ano seguido, redução no número de concluintes nos cursos de licenciatura. Em Português, a queda chegou a 12%. O mesmo ocorre em física e matemática, áreas onde a falta de professores já é crônica em muitos estados.
Os salários de nossos professores – cerca de 10 mil dólares anuais – equivalem a 30% da média da OCDE.
O resultado? Cerca de 65% dos nossos docentes do ensino fundamental, e de 50% do ensino médio, não têm licenciatura nas disciplinas que ensinam. Só em 9 das redes estaduais houve melhoria nos indicadores do IDEB de 2013.
Em 1960, Brasil e Coreia tinham 35% de analfabetos. Hoje, temos 9%, e eles, zero. A evasão escolar ao fim do ensino médio é de mais de 25% no Brasil, e de 3% na Coreia. Apenas 16% dos jovens brasileiros são universitários. Na Coreia, o percentual é de 80%.
O que a Coréia fez e nós não? Muito simples: foco na educação. O desenvolvimento daquele país resultou de investimentos maciços em educação, que priorizaram a formação de professores, a criação de conteúdos de qualidade e a infraestrutura das escolas.
Um professor na Coreia, entre os mais bem pagos do mundo, ganha mais de 4 mil dólares mensais. Os pais acompanham o aprendizado das crianças e colocam a educação como determinante para a construção da família. Ao contrário de muitos países, a meritocracia é vista como decisiva para o sucesso, e o montante aplicado em educação, dos mais elevados do mundo, chega a 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
No Brasil, o novo Plano Nacional de Educação prevê que em 10 anos sejam aplicados 10% do PIB, o que é bom. Mas, além de aumentar os recursos, torna-se imperioso aplicá-los bem, para não continuarmos a patinar na periferia das grandes nações.

 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

POLÍTICA

Juiz determina que ex-diretor da Petrobras se apresente à CPI

Camila Bomfim, G1
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato na primeira instância, determinou ontem que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso no Paraná, se apresente na quarta (17) à CPI mista que investiga denúncias de irregularidades na estatal. No despacho, o magistrado determinou que a Polícia Federal (PF) tome as providências necessárias para assegurar a escolta de Costa para Brasília.
Questionado pela comissão, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou na última sexta (12) que a CPI não precisava de autorização judicial para ouvir o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras. Zavascki, entretanto, ressaltou que Paulo Roberto Costa tem "garantias constitucionais" a serem observadas pelo Legislativo, como o direito de permanecer em silêncio na audiência.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PMDB PREOCUPADO

A delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Polícia Federal sobre o suposto envolvimento de políticos em esquemas de corrupção na Petrobras, citando caciques do PMDB como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) e o presidente da Câmara, Henrique Alves, candidato a governador do Rio Grande do Norte, levou a que a cúpula do partido realizasse nesta quarta-feira (10), uma reunião em Brasília, segundo informa O Globo.
De acordo com o jornal, a cúpula do PMDB está irritada com o que considera um movimento articulado do governo para isolar o partido em meio às denúncias de envolvimento de políticos com esquemas de corrupção na Petrobras. O grupo demonstrou preocupação com o que acredita ser um vazamento seletivo e uma tentativa do PT de limitar o escândalo aos integrantes do PMDB nesse período pré-eleitoral, afirma a reportagem.
No encontro, ocorrido no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, estavam, além do vice, os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o senador José Sarney (PMDB-AP) e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo relatos, há um clima de expectativa e preocupação com o que mais poderá vazar.
O Globo ressalta que “eles avaliam que há integrantes de outros partidos, principalmente do PT, que foram poupados”, e que a avaliação dos caciques é que o governo e o PT tentam “jogar para cima” do PMDB a responsabilidade pelo esquema de corrupção, já que muitos dos nomes citados por Paulo Roberto Costa, como os de Henrique Alves e Renan Calheiros, são de integrantes da cúpula peemedebista.
O fato de apenas o nome do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, ter sido apontado, causou indignação. Na reunião, os participantes destacaram que há outros ministros envolvidos e que um movimento articulado teria levado à revelação do nome de Lobão para “fritá-lo” e preservar os demais, a poucos dias das eleições, diz o jornal.
A matéria do Globo relata um fato curioso: se os caciques do PMDB dizem não estarem envolvidos no “Propinobrás”, como avaliam que há integrantes de outros partidos, principalmente do PT, que foram poupados na delação de Paulo Roberto Costa à PF? Se fazem esta avaliação é porque certamente sabem de outros políticos da mesma forma envolvidos no suposto esquema. Outra: como eles sabem também que há outros ministros envolvidos?
Chama a atenção o fato dos peemedebistas estarem preocupados com o vazamento de novas denúncias. Se estão preocupados é porque muita coisa ainda não chegou ao conhecimento da imprensa. Significa dizer que a caixa-preta do ex-diretor da Petrobras ainda não foi totalmente aberta.
POLÍTICA

As fábulas de uma eleição, por Sandro Vaia

Fadas, reis, rainhas, príncipes, dragões, vovozinhas, lobos maus, além de monstros de toda espécie habitam as fábulas e seu universo de estereótipos que ajudam as mentes infantis a desenvolver a fantasia, a criatividade, e colaboram na absorção de princípios morais, nas boas regras de comportamento e no discernimento entre o bem e o mal.
As crianças crescem, suas mentes amadurecem, a simbologia das fábulas vai sendo compreendida e adaptada aos eventos reais, a vida se torna mais complexa, os conflitos mais elaborados, e a carruagem da gata borralheira não se transforma mais em abóbora à meia noite.
Tudo tem seu tempo dentro da escala de evolução intelectual e biológica natural, e é por isso que a regressão de mentes adultas ao universo de estereótipos infantis- ou a infantilização- é um sintoma preocupante, principalmente quando se manifesta coletivamente e passa a ser um fator de peso numa campanha eleitoral às vésperas de decidir quais serão os rumos futuros de um país de 200 milhões de habitantes.
Como observa um editorial do Estadão, “seria engraçado se não fosse deplorável” que duas senhoras adultas e sérias, uma delas no exercício da presidência da República, cargo que pretende manter, e outra uma ex-ministra, que pretende ocupar o cargo da outra, trocassem acusações que beiram a puerilidade, sobre as respectivas relações com “os banqueiros”, transformados no Lobo Mau da fábula aquele que ameaça com um sopro botar abaixo a casa dos três porquinhos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Ao Bater em Marina, Aécio faz o jogo do PT

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez chegar sua opinião a Aécio Neves, candidato do PSDB à vaga de Lula: bater em Marina Silva, como Aécio está batendo, é fazer o jogo do PT, do governo e de Dilma.
Com 12 minutos de propaganda eleitoral no rádio e na televisão dia sim, dia não, contra dois minutos de Marina, Dilma tem batido duramente na candidata do PSB.
O marqueteiro de Dilma, João Santana, dispara há 10 dias contra Marina munição antes estocada para uso no segundo turno.
O objetivo de Dilma é chegar lá com uma vantagem de pelo menos 10 pontos percentuais sobre Marina. Assim ela terá gordura para perder, se necessário.
A opinião de Fernando Henrique é compartilhada pelos partidos que apoiam Aécio. Se dependesse deles, o DEM à frente, Aécio renunciaria à candidatura para apoiar Marina desde já.
Aécio e o chamado núcleo duro da campanha dele acreditam – ou dizem acreditar – que o candidato ainda poderá disputar o segundo turno com Dilma. Daí as fortes críticas que faz à Marina.
Na manhã de ontem, por exemplo, durante sabatina promovida pelo jornal O Globo, Aécio criticou Marina dizendo que ela precisa escolher quem é – a Marina que durante 16 anos foi filiada ao PT ou a outra que passou a combater o PT e a falar em “nova política”?
Marqueteiros em geral, e analistas de pesquisas em particular, concordam que Aécio já está fora do segundo turno. Só voltará a ficar dentro se Marina cometer um grave erro de campanha. Improvável

Marina Silva e Aécio Neves

Dilma tem 36%, Marina, 33%, e Aécio, 15%, diz pesquisa Datafolha

datafolha br
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (10) aponta os seguintes percentuais de intenção de voto na corrida para a Presidência da República:
– Dilma Rousseff (PT): 36%
– Marina Silva (PSB): 33%
– Aécio Neves (PSDB): 15%
– Pastor Everaldo (PSC): 1%
– Luciana Genro (PSOL): 1%
– Eduardo Jorge (PV): 1%
– Zé Maria (PSTU): 0%*
– Rui Costa Pimenta (PCO): 0%*
– Eymael (PSDC): 0%*
– Levy Fidelix (PRTB): 0%*
– Mauro Iasi (PCB): 0%*
– Branco/nulo/nenhum: 6%
– Não sabe: 7%
* Cada um dos cinco indicados com 0% não atingiu 1% das intenções de voto
No levantamento anterior do instituto, divulgado no dia 3, Dilma tinha 35%, Marina, 34%, e Aécio, 14%. Segundo o Datafolha, “é a primeira vez que Marina tem oscilação negativa em suas intenções de voto desde que entrou oficialmente na disputa”.
Segundo turno
O levantamento divulgado nesta quarta indica que, em um eventual segundo turno entre Dilma e Marina, as candidatas aparecem empatadas tecnicamente. A candidata do PSB tem 47% e a do PT, 43% (na semana passada, Marina vencia por 48% a 41%).
Na simulação de segundo turno entre Dilma e Aécio, a petista vence por 49% a 38% (mesmos índices da semana anterior).
Pela segunda vez, o instituto também fez uma simulação entre Marina e Aécio. O resultado foi 54% a 30% para a candidata do PSB (ante os 56% a 28% da semana passada). A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
O Datafolha ouviu 10.568 eleitores em 373 municípios nos dias 8 e 9 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00584/2014.
Espontânea
Na modalidade espontânea da pesquisa (em que o pesquisador somente pergunta ao entrevistado em quem ele pretende votar, sem apresentar a lista de candidatos), os resultados são os seguintes:
– Dilma Rousseff: 28%
– Marina Silva: 24%
– Aécio Neves: 10%
– Outras respostas: 1%
– Em branco/nulo/nenhum: 6%
– Não sabe: 29%
Rejeição
A presidente Dilma tem a maior taxa de rejeição (percentual dos que disseram que não votam em um candidato de jeito nenhum). Nesse item da pesquisa, os entrevistados puderam escolher mais de um nome.
– Dilma Roussef: 33%
– Aécio Neves: 23%
– Pastor Everaldo: 22%
– Marina Silva: 18%
– Zé Maria: 18%
– Levy Fidelix: 17%
– Eymael: 16%
– Rui Costa Pimenta: 15%
– Luciana Genro: 15%
– Eduardo Jorge: 14%
– Mauro Iasi: 13%
Avaliação da presidente
A pesquisa mostra que a administração da presidente Dilma Rousseff tem a aprovação de 36% dos entrevistados – mesmo índice do levantamento anterior, que se refere aos entrevistados que classificaram o governo como “ótimo” ou “bom”.
Os que julgam o governo “ruim” ou “péssimo” são 24%, segundo o Datafolha. Para 38%, o governo é “regular”. Os dois índices são os mesmos do levantamento anterior.
O resultado da avaliação é:
– Ótimo/bom: 36%
– Regular: 38%
– Ruim/péssimo: 24%
– Não sabe: 1%
A nota média atribuída pelos entrevistados ao governo foi 5,9.
Expectativa de vitória
O Datafolha também perguntou aos entrevistados quem, na opinião deles, vai ganhar as eleições em outubro. Para 45%, Dilma sairá vitoriosa; 34% acreditam que Marina ganhará; e 6% apostam na vitória de Aécio.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

EX DIRETOR DA PETROBRAS RECEBEU 36 MILHÕES

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, acusado de comandar esquema de corrupção na estatal, recebeu R$ 36,9 milhões em contas de cinco bancos, abertas em seu nome. O genro de Costa, Humberto Sampaio, recebeu R$ 42 milhões. Segundo a Polícia Federal, ele é dono do Grupo Pragmática, alimentado com recursos de fornecedores da estatal. Já as duas filhas do ex-diretor, Arianna e Shanni Azevedo, obtiveram, respectivamente, R$ 5,7 milhões e R$ 4,4 milhões.
Os dados constam das quebras de sigilo remetidas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, que investiga o caso. A oposição tenta marcar novo depoimento de Costa para dar detalhes do esquema, delatado por ele, que teria beneficiado políticos e partidos da base aliada. O ex-diretor colabora com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, em troca de redução de pena.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

PERGUNTAR NÃO OFENDE OU OFENDE?

Tem gente curiosa querendo saber se Robinson vai atacar Henrique nas condenações sofridas pelo candidato do PMDB por imbrobidade administrativa nos tempos da SEGOV (Secretaria de Governo), na era do governador Garibaldi. Ontem, o deputado José Dias, aliado de Robinson, provocava jornalistas a tratarem do assunto.
Tem gente querendo saber se Robinson vai falar das negociatas de Henrique e de líderes do PMDB, Eduardo Cunha e Michel Temer, por cargos e verbas no governo federal.
Tem gente querendo saber se Robinson vai questionar os US$ 15 milhões que supostamente Henrique tem depositado no exterior, segundo denúncia de uma ex-mulher do deputado.
Tem gente querendo saber se Robinson vai cobrar os projetos que Henrique apresentou como deputado federal ao longo de mais de 40 anos de carreira na Câmara.
Tem gente querendo saber se Robinson fará referência ao bode "galeguinho" que guardava a construtora de fundo de quintal de um assessor do deputado e que recebeu recursos de mais de R$ 6 milhões.
Tem gente querendo saber se Robinson vai lembrar os escândalos de corrupção de Dona Wilma, aliada de Henrique na chapa majoritária.
Essas, sim, seriam artilharia pesada contra o candidato do PMDB. Seriam tiros de canhão.

POLÍTICA

Pesquisas do Datafolha em seis estados e no Distrito Federal ajudam a entender melhor as razões por que os três principais candidatos à Presidência da República se encontram na situação atual de empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff e a candidata do PSB, Marina Silva, deslocando para o terceiro lugar o candidato tucano, Aécio Neves.
Marina está à frente em dois dos três principais colégios eleitorais do país (São Paulo e Rio), enquanto Dilma lidera em Minas Gerais.
Em Pernambuco e no Ceará, dois dos principais estados nordestinos, Dilma tem uma votação expressiva no Ceará, atingindo 57% das intenções de votos, como nos melhores momentos de sua votação em 2010, e Marina tem quase metade dos votos de Pernambuco, terra de Eduardo Campos.
Como se vê, o candidato do PSDB perde terrenos nos redutos que deveriam ser suas principais fontes de votos. Em Minas, está em terceiro lugar com apenas 22%, acima de sua média nacional de 14% mas bem abaixo de seu potencial.
Em São Paulo, outro território do PSDB, Aécio Neves está com apenas 18% das intenções de voto, enquanto no Rio, onde montou um esquema paralelo de apoio com os partidos da base do governo, o Aezão (apoio a Aécio e Pezão) não funcionou até o momento. Aécio tem apenas 11% de votos no estado.

Leia a integra em Polarizações regionais

Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

DILMA RESISTE

Enfim, uma série de notícias boas para a presidente Dilma, apesar de as pesquisas continuarem mostrando uma tendência de que seja derrotada no 2º turno por Marina. Até mesmo nesse caso, porém, a distância dela para sua principal competidora está sendo reduzida, uma consequência da melhora da avaliação de seu governo.
As pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas ontem mostram um movimento ascendente da candidata à reeleição, mesmo que leve, e no mínimo uma paralisação do crescimento de Marina, que todos os indícios levavam a crer que continuaria seu movimento ascensional, tendo crescido no Rio e em São Paulo nos últimos dias.
O resultado dá novo fôlego para a campanha de Dilma e mostra que, a esta altura da corrida presidencial, uma desconstrução de Marina não beneficiará o candidato do PSDB Aécio Neves, que não dá mostras de poder se recuperar. O PSDB não construiu um discurso conectado com os anseios das ruas, embora possa oferecer um projeto mais consistente aos descontentes.
Tudo indica que a propaganda mais agressiva da campanha oficial está tendo resultado, colocando uma dúvida na cabeça de parte do eleitorado sobre as condições de Marina exercer a Presidência da República, seja pela inexperiência ou pela falta de apoio político. É uma situação paradoxal, porque já está comprovado que apoio político como o que tem Dilma não lhe garantiu condições de governar bem.
O eleitor que fica em dúvida sobre Marina busca em Dilma segurança que ela não pode oferecer, ao passo que Aécio, que tem sem dúvida experiência exitosa no governo de Minas, não consegue atrair para sua candidatura os eleitores que querem tirar o PT do governo.

Leia a integra A resiliência de Dilma

Dilma Rousseff durante declaração no Palacio da Alvorada - Foto: Ailton de Freitas /
Por expressa previsão constitucional, o voto no Brasil é, em regra, obrigatório, Ainda assim, nas últimas eleições gerais, de 2010, mais de 18% dos eleitores não compareceram às urnas. O grande índice de abstenções se deve à inexistência de sanções graves - o título é facilmente regularizado em momento posterior - e, principalmente, pelo desinteresse do brasileiro pelo processo eleitoral. Também chama atenção o número de votos brancos e nulos: em 2010, quase 11% do eleitorado fizeram uso destas opções de voto. Mas, afinal, a quem interessam os votos brancos e nulos?
Na disputa para os cargos do Poder Executivo, somente haverá 2º turno se o candidato mais votado não obtiver a maioria dos votos válidos, considerando-se inválidos os brancos e os nulos. Assim, a canalização dos votos para os brancos e nulos terminam ajudando, matematicamente, o candidato mais votado a vencer no primeiro turno.
Já na disputa para os cargos do Poder Legislativo, haverá implicações para os cargos regidos pelo sistema proporcional: quanto menos houver votos válidos, menor será o coeficiente eleitoral, ou seja, a quantidade de votos que um partido ou coligação terá que obter para eleger um candidato.
E se a quantidade de votos nulos e brancos corresponder à maioria do total de votos, as eleições serão anuladas? Esta é uma das maiores falácias em matéria eleitoral. Não, não haverá a nulidade do pleito. O que prevê a lei é a nulidade decorrente de inelegibilidade ou indeferimento de registro de candidato ou, ainda, nos casos de fraude, coação, captação ilícita de votos e abuso de poder político ou econômico. Foi com base em tais situações que tivemos a repetição das eleições para algumas Prefeituras Municipais do Rio Grande do Norte no certame de 2010, inclusive em Mossoró.
Apesar de haver alguma influência nos cálculos apresentados, percebe-se que o resultado final dos pleitos não é diretamente atingido. O resultado de uma eleição com altíssimo índice de votos brancos e nulos, portanto, é a falta de legitimidade dos eleitos, o que pode ser o primeiro passo para desmandos, má gestão e uso indevido dos cargos eletivos. Não é tarefa das mais fáceis, mas é nosso dever refletir um pouco sobre nossa opção de voto.