segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Uern prevê novos cursos

Publicação: 27 de Novembro de 2011 às 00:00
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Higo Lima
Jornal de Fato

Mossoró - A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) deverá abrir o primeiro curso na área das engenharias em 2013. Isso porque já foi aprovada pelo conselho da instituição a criação do curso de nível superior em Ciência e Tecnologia (C&T) no campus de Natal. Apenas dois cursos superiores tiveram criação aprovada, sendo o segundo o curso de Teatro, cuja resolução está em vigor desde 2005. A estratégia da instituição é iniciar atividades acadêmicas na área de engenharia, visto que "é a única área do conhecimento que ainda não temos nenhum curso. Em todas as outras áreas já contemplamos com pelo menos um curso", justifica o reitor Milton Marques.

A estratégia da instituição com o curso de C&T é abarcar o potencial do desenvolvimento da energia eólica com forte concentração na região metropolitana de Natal. "Precisamos formar conhecimento para que possa auxiliar o desenvolvimento de tecnologia nesse segmento que começa a ganhar força no nosso Estado", defende.

Na verdade, o curso de C&T em Natal é uma corrida contra o tempo para recuperar o que, segundo Milton Marques, as universidades de Mossoró não acompanharam com o ápice da produção petrolífera em Mossoró. "Tivemos um boom do petróleo em Mossoró e nenhum curso na área foi criado para atender essa oferta na cidade. Hoje, vimos o petróleo passar e toda a tecnologia ser desenvolvida na Federal do RN (UFRN), que dispõe de cursos na área", explica ele.

Os cursos de engenharia da Universidade Federal do RN recebem cerca de R$ 40 milhões da Petrobras em convênios. "É essa relação que queremos com as engenharias, que possa ser parceira do desenvolvimento do Estado", diz ele. Se a tentativa da Universidade do Estado do RN é aproveitar a emergência dos setores ligados à energia eólica, a região do Oeste também entra nos planos da instituição, com a criação de cursos na área.

"O campus deve ser contemplado, em uma discussão futura, com formação em engenharia, mas que condigam com a potencialidade da nossa região, como, por exemplo, o desenvolvimento de conhecimento e tecnologia para os setores do calcário, cimento e porcelana". Nessa perspectiva entram aspirações para cursos de Engenharia Química e áreas afins.

Vagas para a primeira turma já em 2013

O último curso aberto pela Uern foi em 2006, no núcleo da instituição na cidade de Nova Cruz (região do Agreste Potiguar). Lá, foram abertas vagas para os cursos de Bacharelado em Direito e Ciência da Computação. "É preciso um levantamento de viabilidade e as necessidades orçamentárias para que um curso seja criado. Depois de aprovada a sua criação, em alguns casos ele fica na espera da situação favorável e, em outras, já o implantamos de imediato."

Milton Marques assegurou, no entanto, que no Processo Seletivo de 2013 já devem ser abertas as vagas ao ingresso da primeira turma. Já, quanto ao curso de Teatro, o reitor comemorou a reabertura das discussões e se diz entusiasmado com a iniciativa, "porque vejo um forte potencial na nossa cidade para o teatro e tenho total esforço para que seja implantado até o final da minha gestão", finalizou Milton Marques.

Implantação do curso de artes é aguardado 

Enquanto isso, os profissionais ligados ao teatro torcem para que o curso seja uma realidade logo em breve. O perfil do curso será para formar profissionais licenciados, ou seja, uma matriz curricular voltada para a formação de professores na área de Artes. Também é uma iniciativa estratégica, uma vez que já está incluído na matriz curricular do Plano Nacional da Educação (PNE) o ensino das artes, mas o distanciamento entre a plataforma e a realidade é bem grande. Por falta de professores com formação na área, as disciplinas são ministradas por profissionais com formação em disciplinas afins, como Pedagogia, Letras ou até mesmo História.

Nonato Santos dispõe de mestrado na área cultural e revela a fragilidade do assunto. "Infelizmente, temos poucos profissionais com graduação na área e, por isso, o Estado realiza uma espécie de 'operação tapa-buraco' preenchendo a lacuna com outras formações", diz ele. 

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