quinta-feira, 3 de novembro de 2011


Deixa o Lula se tratar!

 

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva tem sido criticado por estar realizando seu tratamento médico no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, um dos mais procurados pelos ricos  e poderosos do Brasil e do exterior.

Muitas pessoas comentaram nas redes sociais que Lula deveria ter ido se tratar no SUS - Sistema Único de Saúde - como qualquer cidadão comum sem posses, sem dinheiro. E isso é justamente o que Lula não é: cidadão comum e sem posses.

Essa discussão é uma tremenda bobagem. E por que não dizer, falta de respeito. Há muito tempo Lula não é pobre e não é uma pessoa comum.

Lula já foi migrante nordestino, foi aluno do Senai, foi metalúrgico, acompanhou a morte da primeira mulher num hospital público, foi sindicalista, foi preso político nas greves do ABC paulista, foi político de porta de fábrica. Isso faz parte da história do Lula, mas não é a realidade dele nos dias atuais.

Desde a década de 90, salvo engano, Lula é assalariado do PT e aposentado como preso político. De lá para cá, ocupou da Presidência da República, virou palestrante de sucesso internacional e voltou a receber salário do PT.

A aposentadoria de Lula como ex-metalúrgico e ex-preso político beira os R$ 10 mil. Some-se a isso o salário mensal que o PT lhe paga, algo em torno dos R$ 30 mil, segundo a imprensa.

Além do mais, Lula reforça o orçamento familiar com as palestras milionárias que realiza desde o fim do mandato dele de presidente da República.

Lula começou cobrando US$ 200 mil por cada palestra aqui ou no exterior. Agora, não abre a boca por menos de US$ 300 mil, equiparando-se a palestrantes do porte do ex-presidente norte-americano Bill Clinton e o ex-premier britânico Tony Blair. FHC, coitado, talvez por ser menos requisitado, cobra apenas US$ 150 mil dólares por palestra.

Não sei quantas palestras o Lula já deu. Mas já passou de duas dezenas, principalmente no exterior. E pelo menos quatro delas foram canceladas até o final do tratamento dele em janeiro de 2012.

Portanto, o problema de Lula não é dinheiro. Há muito tempo Lula é de classe média alta. E pelo padrão de vida que tem, podemos considerá-lo um homem rico. Ele pode pagar por qualquer tratamento médico em hospital privado do Brasil e do exterior.

Além de possuir condições financeiras, Lula é ex-presidente da República e ainda atuante na política nacional. Virou mito, pai dos pobres, como gosta de ser chamado.

Por questão de segurança nacional, Lula é tratado de maneira especial. Ele não pode se expor como qualquer cidadão alvo de roubos, sequestros e assassinatos. 

Desde que deixou a Presidência da República, Lula anda com um séquito de servidores federais, conforme a lei assegura aos ex-presidentes: quatro seguranças, dois motoristas e um par de assessores.

Querer que um homem desses vá para a fila do SUS é demais, não é verdade? É, no mínimo, demagogia.

Lula desperta paixão, idolatria, adoração ou coisa que o valha. Mas ele também atrai ódios, rancores e preconceitos. Ainda bem que a parcela maior é de quem gosta dele.

Goste-se dele ou não, Lula é um mito. Ele já faz parte da história política deste país ombreado por figuras como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck.

Como tal, Lula deve ser tratado com respeito. E com todo o cuidado que merece e pode obter. Vamos deixar o homem se tratar!

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