sexta-feira, 12 de setembro de 2014

POLÍTICA

As fábulas de uma eleição, por Sandro Vaia

Fadas, reis, rainhas, príncipes, dragões, vovozinhas, lobos maus, além de monstros de toda espécie habitam as fábulas e seu universo de estereótipos que ajudam as mentes infantis a desenvolver a fantasia, a criatividade, e colaboram na absorção de princípios morais, nas boas regras de comportamento e no discernimento entre o bem e o mal.
As crianças crescem, suas mentes amadurecem, a simbologia das fábulas vai sendo compreendida e adaptada aos eventos reais, a vida se torna mais complexa, os conflitos mais elaborados, e a carruagem da gata borralheira não se transforma mais em abóbora à meia noite.
Tudo tem seu tempo dentro da escala de evolução intelectual e biológica natural, e é por isso que a regressão de mentes adultas ao universo de estereótipos infantis- ou a infantilização- é um sintoma preocupante, principalmente quando se manifesta coletivamente e passa a ser um fator de peso numa campanha eleitoral às vésperas de decidir quais serão os rumos futuros de um país de 200 milhões de habitantes.
Como observa um editorial do Estadão, “seria engraçado se não fosse deplorável” que duas senhoras adultas e sérias, uma delas no exercício da presidência da República, cargo que pretende manter, e outra uma ex-ministra, que pretende ocupar o cargo da outra, trocassem acusações que beiram a puerilidade, sobre as respectivas relações com “os banqueiros”, transformados no Lobo Mau da fábula aquele que ameaça com um sopro botar abaixo a casa dos três porquinhos.

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