terça-feira, 10 de abril de 2012



Aliaças de 2012 repercutirão no cenário nacional, avalia consultor político

Em ano eleitoral, os partidos devem abrir um olho para se ver e outro para enxergar os parceiros. Esta é a avaliação de Gaudêncio Torquato, consultor político e professor de Comunicação Política na USP, sobre a movimentação política em torno do pleito municipal que ocorre em outubro próximo. 

“Se um partido alimenta a intenção de alargar os espaços municipais e estaduais para garantir o domínio sobre o imenso território federal, é preciso avaliar o risco de deixar aliados a ver navios”, alerta. 

Para Torquato, chegar sozinho à direção do País é praticamente impossível na modelagem do chamado presidencialismo de coalizão. Na moldura governativa de 24 Estados, atualmente oito são governados pelo PSDB, seis pelo PSB, cinco pelo PMDB e cinco pelo PT. 

Projeto hegemônico 

No nosso cardápio cotidiano, a expressão foi reduzida à ideia de amarrar um partido político ao tronco da perpetuação de poder. De acordo com o consultor político, a classe C, chamada de nova classe média, abriga 95 milhões de brasileiros, detém 46,24% do poder de compra e é a maior do ponto de vista eleitoral e econômico. Mas, segundo ele, não detém hegemonia de pensamento e sua influência é tênue. 

Segundo Torquato, todo o cuidado é pouco na construção de um projeto hegemônico. De partido, ideologia ou classe. “É incompreensível um grande partido, nos dias de hoje, surgir com o discurso desgastado sobre a luta de pobres contra ricos, a defesa da supremacia socialista, a hegemonia da classe operária. Verbos em excesso não combinam com ações de menos”, adverte o consultor. 

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